quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Projeto de Extensão: AS JUVENTUDES E SUAS NARRATIVAS POLÍTICAS EM CADA ÉPOCA

Participantes:
Ana Rita Mayer (Graduanda em C. Sociais/ bolsista),
Ângela Della Flora (Mestre em Sociologia Política)
Camila Bertoni (graduanda em C. Sociais)
Carlos André dos Santos (mestrando em Sociologia Política)
Fábio Carminati (doutorando em Sociologia Política)
Giuliano Saneh (doutorando em Sociologia Política)
Itamar da Rosa (graduando em C. Sociais/ bolsista)
Rodrigo Souza (graduando em C. Sociais/ bolsista)

O projeto tem como objetivo partilhar com estudantes do ensino médio a pesquisa feita pelos membros do NEJUC, visando possibilitar aos jovens formação política e reflexão sobre conceitos sociológicos tais como juventude, política, geração, participação.
A pesquisa desenvolvida buscou a compreensão dos diferentes modos juvenis de fazer política das gerações que viveram entre os anos 1960 e a contemporaneidade. Foram analisados os fatores histórico-sociais que possibilitaram diferentes modos de participação e intervenção na sociedade de cada época.
Ao final da pesquisa foram elaborados painéis informativos com textos e fotos relacionados às formas de participação juvenil dessas quatro décadas. Foram, também, editados vídeos curta-metragem que explicavam de maneira simples e sintética acontecimentos que marcaram a década de 60.

Em agosto de 2008, o NEJUC realizou, junto ao Grêmio Estudantil do Colégio de Aplicação, um evento de seu projeto de extensão, tendo como público alvo os estudantes do ensino médio. Durante três dias os painéis estiveram expostos no pátio do Colégio de Aplicação, e foi montada uma tenda com lona preta, onde eram exibidos os vídeos via equipamento de datashow durante todo o dia.
No primeiro dia, os participantes apresentaram o projeto para o colégio, no auditório, e realizaram uma breve explicação sobre sociologia da juventude. Foi exibido o filme “Os quinze filhos da ditadura”, que apresentava discursos sobre a ditadura militar no Brasil, e após, um debate com a professora de história Marise Veríssimo, e o professor de sociologia Fernando Ponte, em que os jovens puderam tirar dúvidas e levantar questões sobre o assunto.
No segundo dia, Cazé, membro do NEJUC, apresentou aos estudantes o tema “Contracultura”, relatando os principais movimentos contraculturais do século XX e seu ideário. Houve a exibição do filme “A Quarta Guerra Mundial”, um documentário que retrata alguns movimentos globais contemporâneos. Neste momento os jovens puderam debater junto a militantes do Movimento Passe Livre, Diretório Central dos Estudantes da UFSC e participantes do NEJUC.
Acompanhou também o evento o Painel Interativo, pendurado à parede, onde os jovens podiam expressar o que quisessem. Ao longo desses três dias a equipe esteve sempre junto ao material, preparada e disposta a conversar com os estudantes, esclarecer dúvidas e trocar idéias. Assim, foram inseridos novos conceitos no cotidiano da escola, sendo possível a seus freqüentadores compreender uma diferente concepção de pesquisa, política e juventude.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Número de eleitores com 16 e 17 anos diminui 20%

FELIPE BÄCHTOLD
da Agência Folha

O número de jovens com 16 e 17 anos que tiraram títulos de eleitor caiu 20% entre as eleições de 2004 e a deste ano. Para quem tem essa idade, o voto não é obrigatório. No pleito de outubro, irão às urnas 2,9 milhões de eleitores com 16 ou 17 anos. Em 2004, eram 3,6 milhões de adolescentes.

O número atual é inferior ao das eleições de 1992, a terceira após a entrada em vigor da permissão de voto a menores de idade e a primeira da qual a Justiça Eleitoral mantém os dados relativos aos eleitores adolescentes. Naquele ano, quando a população do país era menor, havia 3,2 milhões de eleitores nessa faixa.

O desinteresse é maior nos Estados do Sudeste --no Nordeste a participação proporcional dos adolescentes dobra. A queda ocorre apesar de campanhas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e de organizações estudantis de estímulo ao registro dos eleitores.

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas diz que o jovem não se vê representado pelos candidatos. "O sistema político não fala a linguagem da juventude. É algo que parece muito formal, muito quadrado", diz o presidente da entidade, Ismael Cardoso, 21. Ele, porém, afirma que a juventude "quer participar" da política.

Neste ano, União dos Estudantes organizou uma campanha chamada "Se liga, 16" para incentivar o registro de jovens eleitores. Em Minas Gerais, a entidade levou cartórios itinerantes a escolas para que estudantes fizessem o título. Partidos políticos também fizeram campanhas pela participação dos jovens pelo país.

O total de eleitores de 16 e 17 anos representa uma recuperação em relação às eleições de 2006, quando 2,5 milhões votaram, mas é uma queda em comparação com o último pleito municipal, há quatro anos.

No Maranhão, os adolescentes somam neste ano 4,3% do eleitorado, enquanto nos Estados do Sudeste são 1,5%. A cidade de São Paulo tem menos da metade do número de jovens eleitores de Pernambuco, que tem menos habitantes.

A cientista política da UnB (Universidade de Brasília) Lúcia Avelar, que pesquisa participação política, diz que o dado é conseqüência de um descrédito dos adolescentes com a questão ética. "[Para os jovens,] a orientação é menos ideológica e mais substituída por valores éticos." Ela diz, porém, que vem crescendo a participação da população em associações e grupos com objetivos políticos.

Para Avelar, a reduzida participação de um segmento onde o voto é facultativo projeta que o comparecimento dos eleitores seria muito menor se eles não fossem obrigados a votar.


Fonte"http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u439157.shtml">http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u439157.shtm

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

juventude conservadora

Em recente perfil publicado no Jornal Folha de São Paulo, o jovem brasileiro é descrito como "conservador", que reproduz acriticamente idéias e valores recebidos das gerações anteriores.Segue um dos artigos deste perfil.
Mini adultos
JOVENS TÊM AS MESMAS OPINIÕES QUE O
RESTO DA POPULAÇÃO EM RELAÇÃO A TEMAS
POLÊMICOS
[por André Lobato, colaboração para a Folha]
O jovem brasileiro de hoje dá mais valor a religião, estudo,
trabalho e família do que há dez anos e pensa de forma muito
parecida com o restante da população sobre a
descriminalização da maconha, a redução da maioridade
penal, a pena de morte e a lei do aborto.
Para especialistas, ele tem poucos conflitos com a geração
anterior, gosta de se divertir e se preocupa com a inserção
social pelo trabalho. Ana Paula Oliveira, 22, diz que a família
é a coisa mais importante de sua vida; depois, o trabalho, que
paga sua faculdade. É madrugada em uma rave em
Guapimirim (RJ) e ela dança segurando uma bandeira do
Brasil. Como 72% da juventude brasileira, ela acha que a
maconha não deveria ser descriminalizada.
A poucos metros dela, Jennifer, 21, mãe de um bebê de um
ano, diz-se a favor da manutenção da lei do aborto. Ela acha,
porém, que sua amiga Suelen Crisostomo, 20, não deveria ser
presa caso recorra ao método. Para Suelen, a lei deveria ser
revista: "É decisão de cada um".
Danielle, 24, diz já ter usado várias drogas e, por "saber o
mal que fazem", é contra a descriminalização de todas, com
exceção da maconha, que parou de fumar por ter ficado
"viciada".
Universitários, Guilherme Souza, 22, e Bruno dos Santos, 25,
discordam quanto à redução da maioridade penal. Guilherme
é "totalmente a favor", embora não saiba qual seria a idade
ideal. Bruno acha "um absurdo", pois "não resolve".
Longe da rave, em São Paulo, Fernanda Lima, 18, é contra a
descriminalização do aborto e a pena de morte e a favor da
redução da maioridade penal. Ela faz curso de produção
cultural na Cufa (Central Única das Favelas). "Esse mundo já
está muito perdido, muita liberação vai acabar estragando",
acredita.

Politizados
Apesar de ter opinião semelhante ao restante da população
sobre temas polêmicos, a juventude brasileira é mais
escolarizada e politizada. Quase metade (47%) dela diz
acompanhar o noticiário político e 37% se diz de direita,
contra 28% de esquerda.
O jovem Marcus Vinícius Santos, 20, afirma que é de direita
e que ser de esquerda é ser "do contra". Ele se diz
politicamente ativo e considera Lula um ídolo.
Segundo Gustavo Ventura, cientista político da USP
(Universidade de São Paulo), a população brasileira é
"tradicionalmente conservadora" e com pouco histórico de
associativismo. Ele afirma que a "juventude está buscando
novas formas de organização" e que os movimentos culturais
são uma opção.
Texto Anterior: Sociedade: Jovem se organiza na igreja
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Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj2707200814.htm

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Fotos do Projeto de Extensão



Fotos do evento realizado no Colégio de Aplicação, durante os dias 14, 15 e 16 de agosto.



















Objetivos do NEJUC



  1. Desenvolver pesquisas sobre o jovem no âmbito da sua condição sócio-histórica, educacional, política e cultural vinculadas aos Programas de Pós Graduação em Sociologia Política e em Educação;
  2. Realizar projetos de extensão universitária junto à juventude no âmbito do município e do Estado através de processos participativos e interesses comunitários;
  3. Interagir com as organizações governamentais e não governamentais que atuam na área, visando compartilhar experiências teóricas e práticas bem como desenvolver consultorias sobre as questões juvenis;
  4. Organizar um acervo bibliográfico (físico e em rede digital) sobre a temática e um cadastro sistemático das monografias, dissertações e teses defendidas sobre o tema;
  5. Promover e participar de seminários, fóruns de debates, oficinas de vivências, etc, intensificando a interação entre a UFSC e outras instituições de ensino, organizações civis e públicas.